A comunicação é uma habilidade essencial para a interação humana, e a fala é uma forma primária de expressão. No entanto, algumas crianças enfrentam desafios na fluência no período de desenvolvimento da fala e da linguagem.
Vamos hoje, nesse artigo, falar um pouco sobre a Gagueira e quais orientações para os pais que se veem perdidos nessa situação.
A Gagueira sempre esteve envolta a muitos mitos que passavam as informações incorretas sobre o distúrbio. Antigamente acreditava-se que a gagueira era emocional e que deveríamos esperar até uns 5, 6 anos até que passasse sozinha, deixando um vácuo de silêncio sobre o assunto, um enorme peso nos pais, porque, além da espera, entender o motivo do seu filho gaguejar era desafiador e muitas vezes os fazia se sentir culpados pela questão.
Hoje os estudos evoluíram.
Sabemos que as causas são multifatoriais e incluem fatores genéticos e neurofisiológicos. Sabemos, também, que a gagueira acomete 5% das crianças entre 2 e 5 anos, o que equivale, apenas no Brasil, a 10 milhões de crianças.
É a chamada gagueira do desenvolvimento, que acontece no período de desenvolvimento da fala e da linguagem, período em que as crianças passam por grandes processos de intenso aprendizado, descobertas, novas palavras, e é bem normal que a criança tenha certa dificuldade em organizar tudo em palavras fluidas.
Exatamente por isso que, passados alguns dias, semanas ou meses após o início da gagueira do desenvolvimento, 80% das crianças conseguem recuperar a sua fluência espontaneamente.
Mas como pais, sempre nos preocupamos e tentamos ver além daquilo que está, literalmente, na nossa frente e a pergunta feita é: ok, mas e se a gagueira não desaparecer e meu filho for do grupo de pessoas com gagueira persistente, como saber e como agir?
Embora a gagueira de desenvolvimento seja comum nas crianças em fase de desenvolvimento da linguagem, é sempre recomendado buscar orientação profissional do fonoaudiólogo especializado em fluência, para sanar preocupações persistentes.
Sabemos que alguns fatores aumentam o risco para uma gagueira do desenvolvimento persistente, tais como a presença de histórico familiar para as alterações da fluência, o início dos primeiros sintomas da gagueira após os 3 anos e meio, presença de outras alterações de fala e linguagem, etc. Sendo assim, é muito importante consultar um fonoaudiólogo e siga a conduta indicada o mais rápido possível, pois aumentam as chances, não apenas de melhorar a fluência, como também de minimizar os impactos sociais e emocionais decorrentes das experiências frustrantes de fala.
Todavia algumas atitudes podem ser feitas em casa para promover um ambiente comunicativo mais propício para o reequilíbrio da fluência, como acolher a criança, respeitar o seu tempo de fala e de desenvolvimento, respeitar a sua individualidade e promover a sua confiança e autoestima.
A atitude dos pais sempre servirá de exemplo para os filhos, dessa forma, ensiná-los a como reagir positivamente às situações adversas também é fundamental.
Fonte: Manual de Orientação para Pais de Crianças que Gaguejam – Oficina de Fluência
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